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OSC cria grupo virtual com famílias usuárias do serviço de fortalecimento de vínculos

Atualizado: 7 de mai. de 2020



Além de orientações e encaminhamentos, grupo troca experiências durante a quarentena

(Por Ingrid Vogl)

A necessidade do isolamento social devido à pandemia da Covid-19 privou as pessoas de seus vínculos e alterou o dia a dia de cada um, tornando-se um verdadeiro desafio. Com a necessidade de reinvenção, várias Organizações da Sociedade Civil (OSC) estão buscando soluções alternativas para continuar a atender, encaminhar e acolher seus usuários.

Este é o caso da Associação Beneficente Campineira (ABC), que logo que precisou fechar sua sede, localizada no Jardim São Marcos, sentiu a necessidade de abrir outro canal de comunicação com seus usuários à distância. “As mães  das crianças e adolescentes de 6 a 14 anos que atendemos pediram que fosse criado um grupo no Whatsapp, para  que trocássemos informações e que as dúvidas, que muitas vezes são as mesmas, fossem esclarecidas”, contou Raquel Pereira de Sousa, coordenadora técnica da ABC.

O grupo Famílias ABC, com mais de 90 pessoas, troca mensagens todos os dias, muitas vezes até tarde da noite. Nele, são esclarecidas dúvidas e dadas orientações sobre os diversos auxílios sociais a que as famílias em alta vulnerabilidade social têm direito neste período de pandemia.

No grupo, os usuários também compartilham seus sentimentos, o dia  a dia da quarentena e até produtos artesanais que são comercializados para ajudar no sustento de casa neste período de isolamento social. Participativos, eles falam sobre suas angústias, perguntam quando a instituição volta a abrir, enviam fotos do cotidiano de cada um na quarentena, registros das brincadeiras das crianças, receitas de bolo, tortas, compartilham modelos de máscaras que estão confeccionando.

“A gente tem procurado atender e acolher todos que estão no grupo. Fazemos encaminhamentos para o Centro de Saúde São Marcos quando há necessidade e também temos o apoio da Rede Intersetorial Abraço, que tem uma importante e forte atuação na região dos Amarais”, disse Raquel.



União virtual

Para Vanessa Ferreira Lima Sigalla, líder comunitária na região do Jardim São Marcos, a criação do grupo foi importante para que as famílias se unissem e conseguissem dar força uma à outra. “No começo do isolamento social, estávamos todos perdidos e angustiados com o que estava por vir. No grupo todos se ajudam, e quando um está triste, recebe apoio emocional de outro, assim conseguimos ajudar até quem estava entrando em depressão. Este, por exemplo, é um bom momento para estar mais próximo dos filhos e brincar com eles, então a gente troca ideias sobre brincadeiras para fazer com as crianças”, afirmou.

A princípio, Cherone Cleophat Chery ficou assustada com o Famílias ABC. “Não gosto de participar de grupos de conversas e no começo fiquei bem quieta, mas quando percebi todo mundo conversando e colaborando, comecei a participar e isso me ajudou muito a acabar com minhas dúvidas em relação a benefícios e ao atendimento do CRAS. Foi por meio deste grupo que eu consegui ajuda para minha família neste momento em que nossas condições econômicas pioraram muito por causa do Coronavírus”, contou.

Agora, Sherone aproveita o grupo para divulgar as máscaras que tem feito para vender e ajudar na renda familiar e também aproveita para contar sobre a história, a cultura e os costumes do Haiti, seu país de origem. “Eu sofri preconceito por ser haitiana, acho que muito pelo desconhecimento das pessoas em relação ao país. Mas o grupo me deu a oportunidade de contar sobre as belezas e os hábitos do meu país”, disse Sherone, que está há três anos em Campinas com o marido e dois filhos.

E entre emojis que demonstram sentimentos e abraços virtuais, a equipe da ABC vem acolhendo seus usuários e fortalecendo vínculos virtualmente.


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